Nas últimas semanas, você ouviu falar muito na SOPA? "SOPA" é um projeto de lei que está tramitando no Senado e na Câmara dos Deputados poderá impor sérias restrições à publicação de conteúdo, tornando jornais, revistas, portais como o YouTube e até mesmo redes sociais corresponsáveis pela replicação de itens considerados nocivos.
Como Funcionará?
Se aprovado como está, o SOPA permitirá ao governo norte-americano bloquear o acesso dos visitantes a determinados websites que, segundo o órgão, prejudiquem a criatividade econômica ou incentivem o roubo de propriedade intelectual.
O bloqueio funcionaria de maneira similar ao que ocorre em países como a China, o Irã e a Síria. A ação seria feita diretamente no DNS da publicação. Para que um site seja bloqueado, basta que ele possua alguns links para conteúdo ilegal, ainda que a URL em questão tenha sido postada por um visitante no espaço para comentários.
Em tese, a lei responsabiliza a publicação por todo e qualquer conteúdo veiculado, seja ele de autoria própria ou não. Uma publicação convencional, como um site de notícias, até pode conseguir dar conta da demanda de comentários, se livrando a duras penas de possíveis sansões.
Entretanto, em sites em que não há moderação, como é o caso das redes sociais, dos microblogs e dos portais de vídeos, a situação poderá se tornar insustentável. Pelo texto da lei, se uma pessoa postar em seu perfil um link que seja considerado ilegal, quem vai arcar com as consequências é a rede social.
Ou seja, você já pode imaginar que é apenas uma questão de tempo para que Facebook e YouTube, por exemplo, sejam bloqueados. Além disso, provedores de email também serão forçados a censurar links que você receba ou envie em sua caixa pessoal de mensagens.
Para quem imagina que o projeto possa parecer absurdo e não tenha chances de aprovação, é importante ressaltar que pesquisas iniciais apontam que a maioria dos votantes nas duas casas legislativas é favorável à colocação em prática da nova lei.
E no Brasil?
Embora a lei não afete diretamente o funcionamento da internet aqui no país, é importante ficar atento à repercussão do trâmite do projeto nos Estados Unidos. Como todos nós sabemos, os EUA são uma das maiores potenciais mundiais quando o assunto é internet e, via de regra, leis aprovadas por lá acabam servindo como referência em outros países. Ao menos por enquanto, o internauta brasileiro pode ficar tranquilo quanto ao acesso a seus conteúdos preferidos.
Os Protestos:
Vários sites já haviam anunciado que, durante o dia 18 de janeiro, suas páginas ficariam fora do ar, mostrando que a web não pode ser censurada da maneira como está sendo proposto. Até mesmo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mostrou-se contra os termos da lei.
E ao contrário do que muitos pensavam, as ameaças não eram apenas blefes. Na manhã de ontem, vários sites foram retirados do ar, sendo que apenas mensagens de protesto estão disponíveis para quem as acessa. Também há várias páginas que aderiram a ações menos fortes, apenas espalhando mensagens sobre o evento. O Facebook, que havia manifestado apoio, ainda não realizou ações.
Wikipédia
Quem acessou Wikipédia em inglês e deparou com uma enorme tela preta no dia de ontem. As páginas estão todas redirecionando para uma tela idêntica à mostrada no final deste parágrafo. Um dos fundadores do serviço já havia anunciado que as páginas seriam bloqueadas, agora a ação está finalmente confirmada

A página norte-americana do maior buscador do mundo não está indisponível, mas conta com um doodle de protesto. Ou melhor, com a ausência de um doodle. A logo do serviço foi tapada por uma tarja preta e, pouco abaixo da barra de buscas, um link para mais explicações também está disponível.

Um dos sites que liderou as campanhas contra a SOPA é o agregador de conteúdo Reddit. E é lógico que eles não estariam fora dos protestos. A partir das 11 horas da manhã (horário de Brasília), o site trocou todas as suas páginas por um texto mostrando todos os malefícios da SOPA na internet mundial.
Panic Button
Quem utiliza a extensão Panic Button para Google Chrome vai perceber que grande parte das logos dos sites navegados terá uma tarja com “Stop Censorship” (Parem a censura). Assim como acontece em outros serviços, ao clicar sobre a barra você será direcionado para uma página com explicações e um vídeo sobre a SOPA.

Microsoft
A empresa responsável pelo Windows manifestou apoio às manifestações contrárias à SOPA, mas ainda não se sabe em que níveis isso está sendo aplicado. Os sites da empresa continuam no ar e as mensagens divulgadas não animam muito. Para a Microsoft, é preciso que representantes de todos os lados sentem para conversar.
Wordpress
Um dos maiores serviços de blogs do mundo aderiu aos protestos e bloqueou todos os links de sua página inicial. Quem chegar ao Wordpress.com verá que todos os principais sites indicados pela central foram substituídos por tarjas pretas e a palavra “Censurado”.

Bagaça Digital: Todos os leitores que acessasem o blog eram imediatamente redirecionados para o site (Sopa Strike).
Outros sites
Um dos maiores fóruns de discussões diversas da internet decidiu bloquear todos os links e textos relacionados. Apenas os links da página inicial e imagens estão sendo mostrados. O site do documentarista Michael Moore ganhou uma nova página inicial, que mostra vários documentos relacionados ao tema.
Se você quiser ver a lista completa de páginas que estão fazendo parte dos protestos, clique aqui e acesse a central do SOPA Strike. Pelo endereço, você também pode declarar seu apoio e adquirir o código para fazer com que seu site faça parte dos atos contra a SOPA. Para verificar a relação dos sites brasileiros, acesse este link.
Fontes: Tecmundo, Winkpédia, R7.
Comentários